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Este blog está a ser desenvolvido por alunos do 3º Ano de Farmácia, do Instituto Politécnico de Bragança, no âmbito da Unidade Curricular Farmacoterapia I. Neste espaço pretendemos abordar, ao longo do semestre, informação útil acerca de Infecções Fúngicas, nomeadamente as suas caracterizações patológicas e respectivos tratamentos farmacológicos.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Acerca dos fungos

Os Fungos


O conhecimento sobre a estrutura celular do fungo e a sua função é essencial para perceber a farmacologia dos anti-fúngicos.
Tal como as células mamíferas, os fungos são eucariotas com DNA organizado em cromossomas dentro do núcleo da célula e com organelos distintos no citoplasma incluindo o reticulo endoplasmático, o complexo de Golgi, as mitocôndrias e os vacúolos. Esta homologia com as células mamíferas estende-se às vias de síntese. Assim, os fungos partilham mecanismos semelhantes de replicação do DNA e síntese proteica.
A similitude entre células fúngicas e mamíferas cria um número de problemas para o fabrico de fármacos que sejam selectivamente tóxicos para células fúngicas mas que não afectem as células humanas do hospedeiro.

Os fármacos anti-fúngicos actuam de quatro formas possíveis nos fungos: na sua membrana, na sua parede, na síntese de DNA/RNA ou na inibição da mitose.


Esquema de uma célula fúngica



Infecções por fungos

Os fungos são um tipo de organismo que pode infectar as pessoas. Na maioria dos casos, as suas manifestações não passam de situações incómodas e reversíveis, mas outras há, que podem ser mais graves e que implicam consequências de maior relevância.
O ambiente está carregado de esporos de diversos fungos e, em geral, eles flutuam no ar. De entre a ampla variedade de esporos que caem sobre a pele ou são inalados para os pulmões, só alguns produzem infecções menores e só raramente se propagam a outras partes do organismo.
Alguns tipos de fungos, ainda que poucos, como as variedades de Candida, podem viver normalmente sobre a superfície do corpo ou mesmo dentro do intestino – são denominados de organismos comensais. Estes habitantes habituais do organismo só ocasionalmente podem causar infecções locais da pele, da vagina ou da boca, mas só muito raramente causam danos mais significativos, nomeadamente determinadas variedades de fungos que desencadeiam infecções graves dos pulmões, do fígado e outras partes ou órgãos do corpo.
Além disso, torna-se interessante constatar que algumas afecções fúngicas são mais frequentes em certas áreas geográficas. Por exemplo, a Blastomicose só ocorre na América do Norte e em África.
Dado que muitas destas infecções se desenvolvem lentamente, podem passar meses ou mesmo anos para que uma pessoa se aperceba de que necessita de observação médica.
Algumas infecções fúngicas podem ser difíceis de tratar e o seu tratamento faz-se habitualmente durante muito tempo. Actualmente, existe uma panóplia de fármacos antifúngicos bastante eficazes.

Entre os fungos patogénicos primários conhecidos, isto é, aqueles que são suficientemente virulentos, encontram-se três, os quais iremos abordar, de relativa importância e que conduzem a infecções sistémicas: Blastomyces dermatidis, Histoplasma capsulatum e Coccidioides immitis, que causam doenças como a Blastomicose, a Histoplasmose e a Coccidioidomicose respectivamente.
Adicionalmente, encontramos também fungos patogénicos oportunistas, ou seja, fungos cujas patologias se manifestam em indivíduos com comprometimento das defesas imunes inatas ou adquiridas: como a Candida spp., o Cryptococcus neoformans e o Aspergillus spp. Geralmente, estes fungos apenas causam infecção quando ocorrem quebras nas barreiras protectoras da pele e das mucosas, ou quando defeitos no sistema imune do hospedeiro permitem a penetração, colonização e reprodução no hospedeiro.
Do mesmo modo, encontramos ainda infecções fúngicas da pele e das estruturas cutâneas, que são extremamente comuns. São classificadas, geralmente, pelas estruturas invadidas ou colonizadas pelos fungos: micoses superficiais/cutâneas (cujas infecções envolvem a pele, o cabelo, as unhas e as camadas mais profundas da epiderme e seus tegumentos) e micoses subcutâneas (cujas infecções abrangem a derme, tecidos subcutâneos, músculo e fáscia).




Factores de risco para desenvolver infecções micóticas

        Terapias que suprimem o sistema imunitário
  • Medicamentos anti-cancerosos (quimioterapia).
  • Corticosteróides e outros medicamentos imunodepressores.

        Doenças e outras situações 
  • Insuficiência renal.
  • SIDA.
  • Diabetes.
  • Doença pulmonar, como por exemplo enfisema.
  • Doença de Hodgkin ou outros linfomas.
  • Leucemia.
  • Queimaduras extensas.



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