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Este blog está a ser desenvolvido por alunos do 3º Ano de Farmácia, do Instituto Politécnico de Bragança, no âmbito da Unidade Curricular Farmacoterapia I. Neste espaço pretendemos abordar, ao longo do semestre, informação útil acerca de Infecções Fúngicas, nomeadamente as suas caracterizações patológicas e respectivos tratamentos farmacológicos.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Criptococose

Caracterização

A Criptococose é uma zoonose oportunista, causada por uma levedura capsulada, sendo encontrada em solo, frutos e vegetais em decomposição, apresentado como reservatórios as fezes das aves, principalmente pombos, e raramente morcegos.

É uma micose causada pelo Cryptococcus neoformans é a mais comum. É uma infecção fúngica sistémica, predominantemente oportunista, a qual possui tropismo pelo sistema nervoso central (SNC), respiratório e tegumentar (pele). O comprometimento da resposta imune é o principal factor predisponente para a ocorrência da doença, sendo os pacientes com doenças imunodepressoras como a síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), neoplasias linfoproliferativas ou sarcomas, sob tratamentos imunossupressores ou transplantados, são mais susceptíveis à doença.

Este fungo está presente nas fezes de aves contaminadas. Quando secas, as fezes das aves transformam-se em pó, que pode ser inalado acidentalmente. A infecção, tanto para o ser humano quanto para os animais, dá-se pela inalação do agente infeccioso, que, na natureza, existe principalmente em fezes de pombos. O simples contacto com animais doentes não apresenta riscos, já que o microrganismo não forma aerossóis nos tecidos infectados.


Etiologia

A principal fonte de infecção da Criptococose é através das fezes de pássaros (pombos) e morcegos, através da via aerógena (inalação do pó). Os animais susceptíveis ao contágio dessa doença são os bovinos, caprinos, ovinos, cães, gatos, primatas, ou seja, os animais imunossuprimidos são os mais afectados. Os factores que estão associados à criptococose em animais são: debilidade, desnutrição, uso prolongado de corticóides e certas infecções virais. Ainda não se conhece casos de transmissão animal-animal, animal-homem ou homem-homem. Quanto mais excremento ressecado e pulverizado no ambiente, maiores a probabilidade do homem apresentar a doença. Um forro empoeirado de uma casa frequentado por pombos, é um ambiente muito insalubre repleto de microrganismos patogénicos inaláveis.

Após sua transmissão o agente penetra no organismo, ocorre um foco no pulmão (infecção primária do sistema respiratório). Em seguida, por disseminação via hematógena (sanguínea), ocorrem focos nas meninges e no cérebro. Também podem ocorrem focos na pele, mucosas, ossos e outros órgãos. A mortalidade em humanos é de 12%.

A patogenia causada por este fungo vai depender de factores divididos em dois grupos: um que está relacionado com as características do estabelecimento da infecção e capacitação de sobrevivência no hospedeiro, e o segundo, está relacionado aos factores de virulência, refletindo no grau de patogenicidade.


Sinais e sintomas

Por se tratar de uma micose sistémica profunda, seu quadro clínico pode variar conforme o órgão acometido. Quando o fungo atinge os pulmões, podem ocorrer três evoluções distintas – pode haver recuperação do organismo sem intervenção medica, - a doença pode ficar localizada nos pulmões, - ou pode disseminar para os demais órgãos.


Nos homens apresenta febre, dor torácica, pálpebras e abcessos na pele, com posterior ulceração, dor de cabeça, rigidez na nuca, distúrbios visuais, meningite.



Nas aves não há presença de sintomatologia, não causa doença nesses animais, na maioria das vezes, devido à alta temperatura corporal das aves, a qual inibe o crescimento da levedura e da baixa capacidade de invasão sistémica do fungo nessas espécies.

     

 Diagnóstico e Tratamento

O diagnóstico pode ser feito através de vários testes laboratoriais, como cultura de sangue, de líquido cefalorraquidiano(LCR) ou de outro material clínico, para detectar antígeneos criptocócitos.

Uma vez diagnosticada, o tratamento é iniciado com anfotericina B mais flucitosina activamente, durante duas semanas (terapia de indução), seguidas de consolidação durante oito semanas com fluconazol oral ou itraconazol. Os pacientes com SIDA geralmente exigem terapia de manutenção por toda a vida, com uma dessas duas drogas. Em pacientes não imunodeprimidos, tratamento pode ser suspenso após a terapia de consolidação


 Controle

Uma das principais estratégias é o controle dos pombos, uma medida de prevenção é humidificar os locais onde há enormes acúmulos de fezes de pombos, para evitar que o fungo se disperse por aerossol. Não há necessidade de notificação e de isolamento dos doentes.

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