Histoplasmose
A histoplasmose é uma doença infecciosa causada pela inalação de esporos microscópicos do fungo Histoplasma capsulatum.
- Mecanismo da infecção
Primeiramente, os esporos são inalados. Depois, estes entram nos pulmões e alojam-se nos espaços alveolares onde as células imunitárias os cercam. Posteriormente, estas transportam os esporos através do sistema linfático para os nódulos linfáticos do mediastino (região localizada entre os dois pulmões no meio da caixa torácica), onde se multiplicam e, no caso de não conseguirem eliminar os esporos, estes entram na corrente sanguínea e espalham-se pelo corpo.
Esquema do mecanismo de infecção do fungo no Homem |
A doença existe em três formas:
- Aguda primária - geralmente é assintomática ou, no caso de aparecerem sintomas 3 a 21 dias depois do contágio, são semelhantes aos da gripe (como tosse, febre e mal-estar) e a maior parte das pessoas recuperam sem qualquer intervenção médica;
- Crónica cavitária - afecta os pulmões provocando tosse e uma dificuldade cada vez maior em respirar. Ocorre perda de peso e sintomas semelhantes aos da gripe. A maioria dos doentes recupera sem tratamento, no entanto, pode ser fatal;
- Progressiva disseminada – Normalmente não afecta os adultos saudáveis mas sim crianças e pessoas cujo sistema imunitário está deprimido (doentes com SIDA). O fígado, o baço e os gânglios linfáticos podem aumentar de tamanho. Com menos frequência, a infecção produz úlceras na boca e nos intestinos. Em casos raros, as glândulas supra-renais são afectadas, causando a doença de Addison. Sem tratamento, esta forma é mortal em 90 % dos casos.
- Diagnóstico
Para estabelecer o diagnóstico, o médico obtém amostras da expectoração, dos gânglios linfáticos, da medula óssea, do fígado, das úlceras da boca, da urina ou do sangue do doente. As amostras são enviadas a um laboratório para cultura e análise.
- Tratamento
A histoplasmose aguda ou primária, geralmente, não requer tratamento farmacológico. Eventualmente pode prescrever-se acetaminofeno (paracetamol) para apenas aliviar a dor e baixar a febre.
Para a forma crónica cavitária, os doentes são tratados com anfotericina B seguida por itraconazol por 12 a 24 meses. Doentes com o sistema imunitário deprimido são tratados com anfotericina B por via intravenosa (IV). Contudo os problemas respiratórios semelhantes aos causados por uma doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) costumam continuar. Devido aos seus efeitos tóxicos o internamento é quase sempre necessário e aos doentes pode ser administrado outro tipo de fármacos para minimizar os efeitos tóxicos desta. Em doentes com SIDA, é-lhes administrado itraconazol por via oral para o resto da vida a fim de prevenir uma recaída. Uma alternativa ao itraconazol é o fluconazol.
Para a forma progressiva disseminada é administrado aos doentes anfotericina B por via endovenosa e, uma vez estabelecida a terapêutica, esta pode ser substituída por itraconazol por via oral durante 6 a 18 meses. Os doentes com SIDA podem necessitar de uma terapia mais prolongada.
- Tratamentos não farmacológicos
As terapias alternativas aos fármacos, em doentes com um sistema imunitário “normal”, podem apresentar bons resultados. Um tratamento alternativo para as infecções fúngicas foca-se em criar um ambiente no organismo, no qual os fungos não consigam sobreviver. Assim, para começar, deve manter-se uma dieta baixa em açúcares, incluindo mel e sumos de fruta, e comidas/bebidas que contenham leveduras. Também devem ser incluídos na dieta suplementos ricos em antioxidantes com Vitamina C, E e A e do complexo B. Lactobacillus acidophilus e Bifidobacteria são óptimos para repor a flora comensal dos intestinos. “Plantas antifúngicas” como o alho podem ser consumidas em grandes doses e durante um período de tempo relativamente grande, afim dos resultados serem mais efectivos.
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