Blastomicose
Também conhecida por blastomicose norte-americana ou doença de Gilchrist, a blastomicose é uma infecção causada pelo fungo Blastomyces dermatitidis.
Assim como outras micoses endémicas, ou seja, o habitat natural do fungo é delimitado por regiões geográficas específicas e a infecção gerada por esses fungos particulares é adquirida pela inalação de esporos daquele ambiente específico e localização geográfica, esta é confinada a regiões muito específicas: muitas infecções originam-se na bacia do Rio Mississipi, em torno dos Grandes Lagos e na região sudeste dos Estados Unidos. No entanto, também têm sido diagnosticados casos noutras partes do mundo, incluindo África, Europa e Médio Oriente.
A blastomicose é principalmente uma afecção pulmonar, mas por vezes estende-se a outras zonas através da corrente sanguínea, tais como próstata, fígado, baço, rim e sistema nervoso central.
Pensa-se que os esporos de Blastomyces entram no organismo através das vias respiratórias, mas não se conhece a sua origem do ambiente. Uma vez relacionou-se uma epidemia com os refúgios dos castores.
Os homens entre 20 e 40 anos de idade são habitualmente os mais afectados. A doença é rara nos doentes de SIDA ou em doentes com outras condições imunosupressoras. Contudo, uma vez afectados estes grupos de risco, esta doença tende a ser aguda, envolvendo o sistema nervoso central e com um prognóstico muito pior.
Þ Sintomas
A blastomicose dos pulmões começa gradualmente com febre, calafrios e transpiração abundante. Depois podem associar-se tosse, com ou sem expectoração, dor no peito e dificuldade em respirar. Apesar de, em regra, a infecção pulmonar piorar lentamente, por vezes melhora sem tratamento.
Lesão cutânea desenvolvida a partir da disseminação do fungo nos pulmões |
A forma disseminada de blastomicose costuma afectar muitas áreas do corpo. É possível que apareça uma infecção cutânea sob a forma de pequenas protuberâncias (pápulas), que podem conter pus (papulopústulas). As pápulas e as papulopústulas duram pouco tempo e disseminam-se lentamente. Em seguida aparecem na pele placas salientes e verrugosas, rodeadas de minúsculos abcessos indolores (alguns têm o tamanho da cabeça de um alfinete). Os ossos podem apresentar tumefacções dolorosas. Os homens podem sofrer um edema doloroso do epidídimo (uma estrutura semelhante a um cordel agarrada aos testículos) ou então um profundo mal-estar devido a uma infecção da próstata (prostatite).
Þ Diagnóstico
O médico estabelece-o, também, ao examinar ao microscópio uma amostra de expectoração ou de tecido infectado, como a pele. Se nesta se detecta o fungo, pode cultivar-se a amostra e analisá-la para confirmar o diagnóstico.
Þ Tratamento
A decisão de tratar pacientes com blastomicose deve levar em consideração a forma clínica, a gravidade da doença, a condição imune do paciente e a toxicidade dos agentes antifúngicos. Claramente, a blastomicose pulmonar em pacientes imunocomprometidos e naqueles com doença pulmonar progressiva deve ser tratada. Da mesma forma, todos os pacientes com evidência de disseminação hematogénea (p. ex. pele, osso, todos os locais extrapulmonares) requerem terapia antifúngica.
A anfotericina B por via endovenosa é o fármaco de eleição no tratamento da doença em que haja risco de vida. Nos outros casos, opta-se pela administração de itraconazol por via oral.
O fluconazol pode ser uma alternativa àqueles pacientes incapazes de tolerar o itraconazol.
Os doentes imunocomprometidos podem necessitar de terapia supressora de longo prazo com itraconazol, a fim de evitar a reincidência da infecção.
Dependendo da gravidade da doença e da condição do hospedeiro, os índices de sucesso terapêutico com anfotericina B ou terapia por azóis variam de 70% a 95%.
Sem comentários:
Enviar um comentário